segunda-feira, julho 07, 2014

O "MELHOR CENTRAL PORTUGUÊS DO FUTURO" DO MIGUEL SOUSA TAVARES :-))

in maisfutebol


É sempre tão bom relembrar a sapiência taxativa dos MSTs desta vida...é agora que o melhor central português do futuro vai arrancar no...Balikesirspor...:-))) E todo o texto abaixo...é um mimo...:-)


UM MAU NEGÓCIO E UMA MÁ DESPEDIDA (06 JULHO 2010)

1- Muitos sportinguistas estão em estado de revolta contra o seu presidente por ter vendido João Moutinho ao FC Porto. Alguns portistas também estão em estado de euforia, pelas razões inversas. Quero confortar os primeiros e acalmar o entusiasmo dos segundos: quem fez um bom negócio foi o Sporting, não o FC Porto.

Primeiro, já se tinha percebido que o ciclo de Moutinho tinha acabado no Sporting, por razões próprias e outras do clube. Ano após ano dado como transferência iminente para um dos tubarões da Europa, João Moutinho (e o Sporting) viram o sonho ir-se esfumando, Verão após Verão, até chegarmos ao momento actual, em que, no horizonte, não havia uma só proposta de compra por um dos «valores seguros» do Sporting. A isso, somou-se a sua não convocação, sem surpresa, para o Mundial, e finalmente a notícia da sua destituição do cargo de capitão de equipa. Sem o conseguir vender, o Sporting preparava-se para, contrariadamente, ter Moutinho, também ele contrariado e desmotivado, para a nova época. Se alguém tem aparecido a dar 11 milhões por Moutinho, não tenho uma dúvida de que marchava logo.

Pois, apareceu FC Porto — que, não só bancou 11 milhões, mais 25% numa futura transferência, como perdoou 2,5 milhões que o Sporting ainda devia de Postiga, e, mais que tudo acrescentou-lhe o passe de Nuno André Coelho. Quanto valerá o passe de Nuno André Coelho? Eu não sei, mas sei isto: o João Moutinho está em regressão há dois ou três anos: é um jogador regular, acertadinho, mas sem rasgo e, até ver, de progressão falhada; quanto a Nuno André Coelho, para mim, é a grande promessa para vir a ser o melhor central português do futuro. Eu não trocaria um pelo outro: o FC Porto trocou e ainda lhe acrescentou 13,5 milhões. Ou seja, por mais que se desvalorize o passe actual de Nuno André Coelho, a verdade é que, contas feitas, Pinto da Costa bateu a cláusula de rescisão de João Moutinho: 22,5 milhões. O Sporting livrou-se de um problema sem solução à vista e ainda conseguiu facturar o que já não podia esperar, nem nos melhores sonhos. E querem a demissão de Bettencourt por causa disto? Bem, há gente ingrata...

Às vezes, há negócios (e só falo dos recentes) feitos pelo FC Porto que eu não consigo entender, que não como súbitos ataques de generosidade. João Moutinho é um deles, mas há mais. Quaresma foi vendido ao Inter ao preço de saldo de 16 milhões, como então aqui escrevi. E, para disfarçar a borla, aceitámos que eles nos mandassem o Pele, valorizado para o efeito em 6 milhões: pois há três anos que o Pele é um encargo e um problema sem solução. Oferecemos, absolutamente de borla, o Alan e o Luis Aguiar ao Braga: o segundo foi logo vendido, com o Braga a empochar tudo, e o primeiro está em vias de o ser também. Em troca, comprámos-lhes (não foi dado...) o Orlando Sá, que chegou magoado e só fez meia-época, na qual marcou um golo na Taça da Liga, e agora vai ser emprestado ao Marítimo, com os salários apagar no Porto. Compramos miúdos prometedores em todo o lado — Colômbia, Argentina, Alcochete — mas os nossos, os Candeias, Helder Barbosas, Ukras, etc, são todos dispensados, emprestados, oferecidos. Somos um clube infinitamente generoso: basta ver o que aí há de treinadores à espera, para fecharem os planteis, dos reforços que hão-de vir das cedências do FC Porto — as quais, depois, até acabam por contribuir directamente para nos roubar pontos no campeonato, como sucedeu este ano. Não sei, sinceramente, se haveria até campeonato sem a nossa generosidade...